Dermatite Atópica

O que é, tratamentos e minha experiência como dermatologista e paciente

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A dermatite atópica é uma condição crônica da pele que afeta milhões de pessoas — inclusive eu.

Como dermatologista e também paciente, sei na prática o impacto que essa doença pode causar tanto no corpo quanto na qualidade de vida.

Neste post, explico de forma simples e direta:

  • O que é a dermatite atópica

  • Quais são os sintomas mais comuns

  • Como ela pode ser tratada

  • E como minha experiência pessoal transforma o cuidado com essa condição

Minha história com a dermatite atópica

Sou o Dr. Leonardo Faria, dermatologista especialista em dermatite atópica — e também convivo com ela desde a infância.

Essa jornada me trouxe algo que vai além da formação médica: uma compreensão real e profunda do que é viver com a doença.

Lembro bem:

  • Das noites mal dormidas pela coceira

  • Das idas e vindas a pediatras, alergistas e dermatologistas

  • Da busca pelo "culpado" dessa tal “alergia”

  • E até da vontade de não sair de casa, para evitar olhares e perguntas sobre as feridas

Hoje, com a doença bem controlada, levo uma vida normal — com os cuidados que qualquer paciente com dermatite atópica deve manter.

Essa vivência me permite olhar para cada pessoa com mais empatia, mais atenção e a certeza de que tratar dermatite atópica vai muito além da prescrição de uma pomada.
É preciso escutar, educar e adaptar o cuidado à rotina de cada paciente.

O que é dermatite atópica?

A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica da pele, caracterizada por:

  • Ressecamento

  • Vermelhidão

  • Coceira intensa

  • E feridas provocadas pelo ato de coçar

Ela geralmente começa na infância, mas pode surgir em qualquer fase da vida. Não é contagiosa e está relacionada a fatores genéticos e imunológicos, que afetam a barreira natural da pele.

🔥 Fatores que podem agravar as crises:

  • Clima seco ou frio

  • Estresse emocional

  • Tecidos ásperos ou sintéticos

  • Sabonetes agressivos

  • Alergias alimentares ou ambientais.

Sintomas mais comuns da dermatite atópica

Os sintomas podem variar conforme a idade e a fase da doença, mas os mais frequentes são:

  • Coceira intensa e persistente

  • Pele seca, sensível ou espessada

  • Manchas avermelhadas ou escurecidas

  • Descamação

  • Feridas causadas pelo coçar

  • Alterações do sono por conta da coceira

É mais comum no rosto, pescoço e dobras (atrás dos joelhos e cotovelos).

Você não precisa lidar com a dermatite sozinho(a)

A dermatite atópica pode ser desafiadora — física e emocionalmente. Mas com informação, cuidado diário e acompanhamento médico especializado, é possível viver com muito mais conforto.

Como dermatologista e paciente, meu compromisso vai além da medicina tradicional. Ofereço um atendimento técnico, humano e personalizado — com quem entende, na pele, o que você está passando.

Quer agendar uma consulta?

Se você está em busca de um dermatologista com experiência clínica e pessoal em dermatite atópica, estou à disposição para te ajudar.

Tratamentos para dermatite atópica

Apesar de não ter cura, a dermatite atópica pode (e deve) ser controlada. Com um plano de cuidados bem definido, é possível reduzir os sintomas, evitar crises e melhorar a qualidade de vida.

🧴 1. Hidratação da pele (a base do tratamento)

  • Hidratantes específicos ajudam a reconstruir a barreira da pele e prevenir novas lesões.

🚿 2. Cuidados básicos com a pele — especialmente no banho

Algumas atitudes simples fazem toda a diferença no controle da dermatite:

  • Evite banhos muito quentes e demorados (o ideal é banho morno e rápido)

  • Use sabonetes suaves, de preferência sem fragrância e indicados para peles sensíveis

  • Seque a pele com delicadeza, sem esfregar

  • Aplique o hidratante logo após o banho (isso ajuda a manter a hidratação)

Esses cuidados diários são parte essencial do tratamento e ajudam a reduzir a frequência e a intensidade das crises.

💊 3. Medicamentos tópicos

  • Corticoides e imunomoduladores são usados nas fases de crise para reduzir a inflamação local.

💉 4. Tratamentos sistêmicos

Em casos moderados a graves, pode ser necessário o uso de:

  • Fototerapia

  • Imunossupressores

  • Terapias biológicas e inibidores de JAK (como o dupilumabe)

🔍 5. Identificação de gatilhos

  • O acompanhamento médico ajuda a identificar fatores que agravam os sintomas, como clima, tecidos, estresse ou substâncias irritantes.

👨‍⚕️ 6. Acompanhamento contínuo

Cada paciente responde de forma diferente ao tratamento. Por isso, consultas regulares são fundamentais para ajustar as condutas conforme a fase da doença.